segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

ATITUDES FILOSÓFICAS

        Todos os homens são filósofos. Mesmo quando não têm consciência de terem problemas filosóficos, têm, em todo o caso, preconceitos filosóficos. A maior parte destes preconceitos são as
teorias que aceitam como evidentes: receberam-nas do seu meio intelectual ou por via da tradição.
        Dado que só tomamos consciência de algumas dessas teorias, elas constituem preconceitos no sentido de que são defendidas sem qualquer verificação crítica, ainda que sejam de extrema importância para a ação prática e para a vida do homem.
       Uma justificação para a existência da filosofia é a necessidade de analisar e de testar criticamente estas teorias muito divulgadas e influentes.
        Tais teorias constituem o ponto de partida de toda a ciência e de toda a filosofia. São pontos de partida precários. Toda a filosofia deve partir das opiniões incertas e muitas vezes perniciosas do senso comum acrítico. O objetivo é um senso comum esclarecido e critico, a prossecução de uma perspectiva mais próxima da verdade e uma influência menos funesta na vida do homem.

K. POPPER, Em Busca & um Mundo Melhor, trad. port.,Lisboa, Ed. Fragmentos, 1989, - 165

        A atitude filosófica não é uma atitude natural. Qualquer indivíduo de forma imediata face à realidade não começa a examiná-la de forma especulativa. Pelo contrário, o que é natural é que se centre na resolução problemas práticos, que se guie pelo senso comum tendo em vista resolver certas necessidades imediatas. Ninguém pode viver sem se adaptar constantemente às condições do
seu mundo. Estas exigências de sobrevivência tendem, naturalmente a sobrepor-se a todas as outras preocupações.
        O homem está permanentemente se confrontado com novos problemas que o colocam perante novas situações imprevisíveis, e que o obrigam a alargar os seus horizontes de compreensão da realidade. Cada mudança pode representar, assim, uma nova possibilidade para ampliar o conhecimento.
        Estas mudanças frequentemente inquietam-nos ou maravilham-nos, despertando a nossa curiosidade sobre o porquê das coisas, levando-nos a questionar o que nos rodeia. Ao fazê-lo, estamos a distanciarmo-nos da realidade, que de repente se tornou estranha. Esta atitude reflexiva, pode nos conduzir a uma atitude mais radical, a atitude filosófica.

Vejamos apenas três aspectos que caracterizam a atitude filosófica:

ü  O espanto. Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto, na estranheza e perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e da vida. É o espanto que os leva a formularem perguntas e os conduz à procura das respectivas soluções.

ü  A dúvida. Ao filósofo exige-se que duvide de tudo aquilo que é assumido como uma verdade única. Ao duvidar, ele se distancia das coisas, quebrando desta forma a sua relação de familiaridade com as coisas. O que era natural torna-se problemático. O que então emerge é uma dimensão inquietante de insatisfação e problematização. A reflexão começa exatamente a partir do exame daquilo que se pensa ser verdadeiro. Se nunca duvidarmos de nada, nunca saberemos o fundamento daquilo em que acreditamos.

ü  A insatisfação. A filosofia revela-se uma desilusão para quem quiser encontrar nela respostas para as suas inquietações. O que o aprendiz de filósofo encontra na filosofia são perguntas e problemas para que não confie em nenhuma autoridade exterior à sua razão, para que duvide das aparências e do senso comum. A única "receita" que os filósofos lhe dão é que faça da procura do saber um modo de vida. Não se satisfaça com nenhuma conclusão, queira saber sempre mais e mais.

Entendimento do texto

1.      Por que, segundo o texto, todos os homens são filósofos?

2.      O desejo do filósofo, ou o aprendiz de filósofo, é superar o senso comum. segundo o texto, o que seria o senso comum?

3.      Qual seria a justificativa para a existência da filosofia?

4.      O que seria a atitude filosófica?

5.      Em relação ao texto, aponte quatro aspectos que caracterizam a atitude filosófica.

6.      Segundo o texto, o homem está frequentemente se confrontado com novos problemas que o colocam frente novas situações. Ou seja, o homem está sempre passando por mudanças. A partir disso, o que estas mudanças podem representar para o homem?

7.      A partir da compreensão do texto, cite alguns exemplos de mudanças que estão ocorrendo na atual sociedade.

8.      Caracterize em forma de tópicos as seguintes atitudes filosóficas:

a)      espanto

b)       dúvida

c)      insatisfação


Senso comum é um tipo de conhecimento não científico, ou seja, adquirido pelo
homem apenas pelas experiências, vivências e observação do mundo.
É uma forma de conhecimento vulgar ou popular.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Platão e Aristóteles



·         Platão

          Após a morte de Sócrates, seus seguidores se dispersaram, pois não podiam mais confiar na democracia ateniense como antes. Platão foi o seu discípulo mais famoso e com ele a filosofia passou a se preocupar ainda mais com o homem. Platão (427–347 a.C.) era cidadão de Atenas, filho
de uma das mais tradicionais famílias dessa cidade-Estado. É devido aos seus escritos, como A apologia de Sócrates, O banquete e A república, entre outros, que sabemos do pensamento de Sócrates. Após a morte de seu mestre e por estar desencantado com a política de Atenas, Platão
empreendeu uma série de viagens. Conhecer outras cidades e outros governos fez aumentar ainda mais o conhecimento desse jovem filósofo, que contava com 29 anos quando Sócrates foi condenado à morte. Retornando posteriormente a Atenas, fundou nos arredores da pólis uma escola
chamada Academia, onde escreveu e ensinou até a sua morte. Foi na Academia que Platão recebeu o mais importante dos seus discípulos, Aristóteles de Estagira.
          Entre as obras de Platão, além das que já foram citadas, podemos destacar Eutífron, Críton, Fédon, Teeteto e Timeu, entre muitas outras. Praticamente todos os escritos de Platão foram feitos em forma de diálogo, à maneira de seu mestre. Sócrates, inclusive, é o personagem principal de muitos desses diálogos.

·        Teoria das ideias

          Segundo as teorias idealistas do conhecimento, o sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) é que predomina em relação ao objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos. Isto é, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência. Assim, os objetos seriam “construídos” de acordo com a capacidade de percepção dos sujeitos.
          A tradição teórica dos idealistas começa com Platão, cuja principal contribuição é a sua teoria das ideias, com a qual procura explicar  como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo sensível (ou das sombras e aparências) para o mundo das ideias.
         A primeira etapa do processo de conhecimento é dominada pelas impressões ou sensações advindas dos sentidos. Essas impressões sensíveis são responsáveis pela opinião que temos da realidade. A opinião representa um saber de aparências que se adquire sem qualquer método racional. O conhecimento, entretanto, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das ideias.

Processo de evolução do conhecimento segundo Platão

Mundo sensível
Mundo das ideias

Saber de aparências
Opiniões
Sentidos
(Exemplo: Percepção da beleza nas coisas)

Conhecimento filosófico ou científico
Razão
Conceitos
(Exemplo: Beleza em si - conceito)

·        O Mito da Caverna:
        Platão criou uma alegoria, conhecida como mito da caverna, que serve para explicar a evolução do processo do conhecimento. Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções dos seres que compõem a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções, assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse a verdadeira realidade. Se escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da realidade, ficaria livre da ilusão, encontraria o verdadeiro conhecimento do real.
        Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. As suas pernas e os seus pescoços estão acorrentados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo a que se possa, na semi-obscuridade, ver o que se passa no interior.
        A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguido um muro, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo desse muro/palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
        Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros veem na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam. Como nunca viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que veem porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.
         Que aconteceria, pergunta Platão, se alguém libertasse um dos prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, o muro, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, por ele seguiria.
          Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira no mundo verdadeiro é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, veria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está a contemplar a própria realidade. Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.
        Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros tentariam ridicularizá-lo, não acreditariam nas suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com os seus gracejos, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.
         O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O
mundo das ideias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A interrogação. O que é a visão do mundo real iluminado? A filosofia. Por que é que os prisioneiros ridicularizam, espancam e matam o filósofo (Platão está a referir-se à condenação de Sócrates à morte pela assembleia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.


·        Aristóteles

         Aristóteles (384-322 a.C.) nasceu em Estagira, atual Macedônia, e foi o mais ilustre discípulo de Platão. Seu pai, Nicômaco, foi médico do rei Filipe da Macedônia que, por sua vez, era o pai de Alexandre, o Grande (realizador de um dos maiores impérios da história da humanidade), de quem Aristóteles foi professor. Em 340 a.C., alguns anos após a morte de seu mestre, Aristóteles fundou em Atenas a sua própria escola, chamada Liceu. Em 323 a.C., ano da morte de Alexandre Magno, Aristóteles foi levado ao tribunal por motivos religiosos. Foi condenado, mas, ao contrário de Sócrates, aceitou o banimento e morreu no ano seguinte.
         Esse pensador, que era extremamente sistemático e metódico, filosofou basicamente sobre todos os assuntos já pensados por seus antecessores (os pré-socráticos, Sócrates e Platão). Estudou sobre a natureza do homem, pesquisou as formas de governo e as razões da política e pensou até sobre a poesia, que, segundo ele, é o gênero literário mais próximo da filosofia, além de estabelecer as primeiras regras para o estudo da lógica. Contudo, nesse primeiro momento vamos nos concentrar na sua teoria do conhecimento.

·        A importância dos sentidos para o conhecimento

         O ponto de partida para conhecermos a filosofia de Aristóteles vem de sua discordância em relação à teoria do conhecimento proposta por Platão, que afirmava ser necessário ao filósofo ater-se ao estudo do mundo das ideias (mundo inteligível). Para Aristóteles, a “alma” não está separada do “corpo”, mas é um componente dele. Colocando de outra forma: o conhecimento é percebido pelos sentidos e, então, elaborado pela razão. Existe uma interação entre os sentidos e a razão. Segundo Jostein Gaarder, Aristóteles achava que Platão tinha virado tudo de cabeça para baixo. Ele concordava com seu mestre em que o exemplar isolado do cavalo “flui”, passa, e que nenhum cavalo vive para sempre. Ele também concordava que, em si, a forma do cavalo era eterna e imutável. Mas a “ideia” cavalo não passava para ele de um conceito criado pelos homens e para os homens, depois de eles terem visto um certo número de cavalos. A “ideia” ou a “forma” cavalo não existia, portanto, antes da experiência vivida. Para Aristóteles, a “forma” cavalo consiste nas características do cavalo, ou seja, naquilo que chamaríamos de espécie.
         Para Platão, o grau máximo de realidade está em pensarmos com a razão. Para Aristóteles, ao contrário, era evidente que o grau máximo de realidade está em percebermos ou sentirmos com os sentidos. Platão considera tudo o que vemos ao nosso redor na natureza meros reflexos de algo que existe no mundo das ideias e, por conseguinte, também na alma humana. Aristóteles achava exatamente o contrário: o que existe na alma humana nada mais é do que reflexos dos objetos da natureza. Para Aristóteles, Platão foi prisioneiro de uma visão mítica do mundo, que confundia as ideias dos homens com a realidade do mundo.

O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 122-123.

          Assim sendo, o filósofo deve buscar o conhecimento daquilo que realmente existe partindo de conceitos que exprimem nossas ideias sobre o mundo sensível. E, para não cair no mesmo jogo de palavras que os sofistas faziam, faz-se necessário realizar uma classificação das  palavras, pois elas formam as afirmações que conduzem ao conhecimento.
         As palavras são classificadas por categorias e estas são cerca de 10: substância, quantidade, qualidade, ação, paixão, relação, lugar, tempo, posição e estado.
          A substância é “aquilo que é em si mesmo”, ou, em termos gramaticais, é o sujeito de uma oração, enquanto as outras categorias seriam os predicados da mesma. As categorias são divididas em dois grupos: as essenciais (são inerentes à substância, pois, sem elas, a substância deixa de ser o que é) e as acidentais (qualificam uma substância temporariamente, mas sem modificá-la).  Exemplo: “Pedro é racional, mas está gordo”. Esta afirmação contém uma substância (Pedro), uma essência (racional), pois todo homem é racional, e um acidente (gordo), que não afeta a sua substância. Segundo Aristóteles, o mais importante é a essência do ser, pois ela diz aquilo que o ser realmente é, em qualquer circunstância.
         Contudo, Aristóteles observou que a questão da transformação era muito importante e elaborou as noções de ato e potência. O ato seria o estado atual do ser, enquanto a potência seria aquilo em que o ser se transforma (“devir”), sem que deixe de ser o mesmo. Assim, uma criança é um ato enquanto criança, mas enquanto potência será um adulto, sem deixar de ser um humano.
        As transformações e o movimento são os responsáveis pelo modo no qual as potências se tornam atos. E para Aristóteles isso não ocorre por acaso, pois sempre há uma causa. Consequentemente, existem quatro causas: material, formal, motriz (ou eficiente) e final. Assim, tomemos como exemplo uma estátua: o mármore seria a causa material; um modelo para o artista realizar o seu trabalho de esculpir a estátua seria a causa formal; o escultor, a causa motriz (ou eficiente); e, por fim, exibir a estátua seria a causa final. Lembramos que esta causa é a mais importante para que a potência se transforme em ato.
          Feito o estabelecimento dos conceitos e de como ocorrem suas mudanças, o passo seguinte é como utilizar os conceitos de forma a produzir o verdadeiro conhecimento. Assim, os conceitos devem se relacionar gerando proposições (afirmações) que, por sua vez, geram os silogismos (em  grego, “cálculo” ou “reunião de raciocínio”), ou seja, o verdadeiro conhecimento. Voltaremos aos silogismos quando falarmos sobre a lógica.
         A obra na qual Aristóteles tratou de classificar os conceitos abstratos como “pensamento”, “piedade” e “bem”, entre outros, ficou conhecida como Metafísica, ou seja, “aquilo que vem depois da física”. Lembre-se de que a grande questão para ele era conseguir apreender o “Ser enquanto Ser”, isto é, apreender o Ser em sua substância, e não lhe dar um sentido meramente transcendental. Uma última questão: Platão e Aristóteles, cada qual à sua maneira, desenvolveram a ideia de que existe uma essência humana universal e, portanto, todas as pessoas tendem a fazer aquilo que é inerente ao ser humano; quando, por alguma razão, isso não acontece, a explicação possível é que ocorreu um acidente que, aliás, deve ser consertado. Segundo afirmam Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, Para Platão (...), a verdadeira realidade encontra-se no mundo das ideias, lugar da essência imutável de todas as coisas. Todos os seres são apenas cópias de tais arquétipos e se aperfeiçoam à medida que se aproximam desse modelo ideal. Assim, mesmo existindo inúmeros tipos de pessoas, a ideia de humanidade é uma e imutável. Para Aristóteles (...), todo ser tende a tornar atual a forma que tem em potência. Por exemplo: a semente, quando enterrada, transforma-se no carvalho que era apenas em potência. Quando essa ideia é transposta para os seres humanos, conclui-se que também eles têm formas em potência a serem atualizadas, ou seja, a sua natureza essencial se realiza aos poucos, em direção ao pleno desenvolvimento daquilo que eles devem ser. Tanto para Platão como para Aristóteles, a plenitude humana coincide com o aperfeiçoamento da razão.

Entendimento do texto

1.      Explique a importância de Sócrates para o pensamento platônico.
2.      Explique a teoria das ideias de Platão.
3.      Diferencie mundo sensível e mundo das ideias, segundo a concepção platônica.
4.      Diferencie os pensamentos de Platão e Aristóteles.
5.      Segundo o pensamento aristotélico, explique os termos ‘substância’, ‘essência’ e ‘acidente’.
6.      Conceitue ato e potência.
7.      Explique a teoria das causas de Aristóteles.

A questão do conhecimento na Grécia Antiga


            A Grécia do Período Clássico (V a.C. – IV a.C.) foi marcada por guerras entre gregos e povos vizinhos e também entre os próprios gregos. Atenas, que era a cidade-Estado mais próspera, passou a ser dominada por sua rival Esparta e depois pelos macedônios. Foi neste contexto de apogeu e decadência que a filosofia deixou de se preocupar com o mundo exterior e passou a ter o homem como sua principal questão de reflexão. Iniciava-se, assim, a escola socrática.

·         A filosofia pensando sobre o homem

      Sócrates (470 a 399 a.C.) viveu em Atenas, onde assistiu ao apogeu e à decadência da democracia. Filho de uma parteira e de um escultor, o pensador teve a oportunidade de conhecer a obra de Homero, além de dominar as doutrinas de Parmênides, Zenão e Heráclito.
À época de Sócrates, havia em Atenas um movimento cultural promovido pelos sofistas (“sábios”), entre eles, Górgias (485 a 380 a.C.) e Protágoras (485 a 411 a.C.), cuja principal característica era a preocupação intelectual de como obter um raciocínio melhor. Este objetivo vinha ao encontro das necessidades dos atenienses, que, durante o século V a.C. tinham como regime de governo a democracia, na qual os cidadãos (homens atenienses com mais de 21 anos) deviam participar das discussões e decisões de poder. Os sofistas ensinavam aos cidadãos as técnicas da retórica e da persuasão, ou seja, ensinavam seus alunos a falar bem e usar essa fala para convencer seus interlocutores, afirmando serem estes os instrumentos fundamentais do conhecimento. Note que a preocupação dos sofistas estava centrada na figura humana, e não na natureza. Protágoras chegou o afirmar que “o homem é a medida de todas as coisas”.
       O grande objetivo dos sofistas não era afirmar categoricamente algo, mas fazer com que os outros concordassem com eles por meio de seus argumentos; daí a importância que a palavra tinha no meio sofístico. Mesmo porque as decisões dentro da sociedade democrática grega, e mais especificamente da sociedade ateniense, eram tomadas dentro da Assembleia de cidadãos que acontecia na Ágora, como se viu anteriormente.
         Os sofistas podem ser identificados como os primeiros cidadãos responsáveis por educar outros cidadãos e por buscar aperfeiçoar do discurso e raciocínio daqueles que se dispusessem a pagá-los. O fato de serem remunerados era, aliás, um dos pontos da crítica que partia de Sócrates. De forma geral, os sofistas se destacam por relativizar o conhecimento, situação esta que, parcialmente, está relacionada à multiplicidade de explicações dadas pelos pré-socráticos para a existência do todo ao nosso redor.
    Assim, a base do relativismo sofista encontra-se nos trabalhos categóricos e contrários aos estabelecidos pelos chamados pré-socráticos ou físicos. Essas variadas explicações levavam os sofistas a recusar a investigação filosófica pré-socrática por acreditarem que o conhecimento
absoluto não era uma possibilidade, por isso voltavam sua atenção para o homem. Acrescente-se a isso os contatos que os gregos estabeleceram com outros povos no período, que levaram os sofistas a perceberem as variações de leis, costumes e ideias dos outros povos e a entendê-las como indicativas do estabelecimento de convenções entre homens, e não como obra da natureza. Se tudo do universo dos homens é por convenção, onde está a verdade? Tudo depende, então, da argumentação, do convencimento. Assim, no universo do homem o importante é a opinião (doxa),
e não a verdade (alétheia).
      Os sofistas, portanto, não buscavam a verdade, pois, de acordo com sua percepção, era impossível chegar a ela; daí sua crença de que o único caminho possível era o da disputa verbal e o da vitória sobre os adversários, para mostrar como seus argumentos eram melhores do que os
deles.
   Entretanto, Sócrates acabou rompendo com este grupo por não aprovar a filosofia como instrumento de retórica e persuasão política para os cidadãos que podiam pagar por tal conhecimento. Para ele, a Filosofia era, por excelência, uma reflexão profunda de conceitos tidos como inquestionáveis: a coragem, a justiça, a sabedoria, entre outros. Era preciso combater as opiniões originárias do senso comum para se obter o verdadeiro conhecimento.

·        A filosofia socrática

     De que maneira o homem pode atingir o verdadeiro conhecimento foi a grande meta deste pensador ateniense.
        A missão socrática de revelar a verdade através da discussão filosófica foi afirmado por Sócrates após sua ida ao oráculo de Delfos. Na entrada do templo, encontrava-se escrita a frase “Conhece-te a ti mesmo”, a qual ele julgou ter sido escrita para ele mesmo, revelando-se como o desejo de Apolo que Sócrates deveria cumprir: conhecer a si mesmo e fazer com que os demais cidadãos atenienses também se conhecessem. Para tanto, seria necessário que cada indivíduo tivesse condição de se livrar das falsas verdades, criadas a partir das opiniões que, por sua vez, apoiavam-se em percepções distorcidas da realidade. Percebemos, então, um dos motivos que levou boa parte dos cidadãos atenienses a se indispor com Sócrates, pois as questões que este filósofo lhes dirigia os desconcertavam, fazendo-os entrar em contradição e, assim, acompanhar a argumentação socrática com atenção, na mesma medida em que respondiam às dúvidas do filósofo; tais respostas, não raro, sempre acabavam por levar o interlocutor a concordar com os argumentos de Sócrates, dando-lhe razão. Daí a insatisfação entre os cidadãos, que decidiam o destino da cidade, pois suas palavras e discursos, como o dos sofistas, pautavam-se exclusivamente em opiniões desprovidas de profundidade, a qual era exigida pelo pensamento socrático. Em suma, a diferença entre as ideias sofistas e o discurso filosófico socrático encontra-se no rigor em que se expressa este último, pois o exercício do diálogo e o esclarecimento sobre os preconceitos do discurso sofista indicavam um caminho no sentido do conhecimento, das razões do mundo, da verdade.
    A filosofia de Sócrates era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores, divididos em dois momentos básicos: a ironia (do grego eironeia, “perguntar fingindo ignorar”) e a maiêutica (do grego maieutiké, a “arte do parto”). O método consistia em, por meio do diálogo, fazer um interlocutor discorrer sobre determinado assunto que ele acreditasse dominar, para dirigi-lo à contradição e demonstrar sua real ignorância sobre o assunto referido. Sócrates não enunciava teorias, mas fazia perguntas e analisava respostas sucessivamente, mostrando a seu interlocutor as contradições daquilo que estava falando. A única afirmação com certeza que ele fazia era: “só sei que nada sei”. Dessa maneira, Sócrates procurava mostrar para seu interlocutor o quanto “pensamos” que sabemos, quando, na verdade, sabemos muito pouco. Não interessa se falamos bonito, mas se sabemos sobre o que estamos falando. Assim, a questão do conhecimento passava a ser o próprio ser humano.
         Não é Sócrates quem afirma a ignorância do interlocutor, mas é este mesmo quem a percebe ao se deixar convencer pelos argumentos socráticos formados a partir de suas próprias constatações. Dessa forma, a percepção da própria ignorância funciona como elemento catártico que permite ao indivíduo redescobrir-se (“conhece-te a ti mesmo”), princípio a partir do qual ele estaria pronto para encontrar a verdade. A maiêutica, assim, corresponde ao ofício do filósofo como parteiro do conhecimento, pois dessa forma o conhecimento vem à luz. A prática do filósofo é aquela que coloca o homem que deseja saber em aporias. A aporia é uma autocontradição. O método apo- rético de Sócrates pressupõe a purificação da falsa sophia do interlocutor.
     A prática de redescobrir-se conduziria o homem em direção ao conhecimento e à verdade, domínio do inteligível que corresponde às ideias purificadas de todo elemento sensível. No domínio do inteligível, encontra-se a ideia suprema do bem, motivo pelo qual torna-se natural que o homem o pratique, em benefício de si mesmo e dos outros. Dessa forma, ele estaria sendo um homem virtuoso e ético. Sócrates, ao convidar o homem a agir dessa forma, comprometendo-se com a ética e a verdade, desagradava a muitos, pois esta não era uma atitude comum na época. Sócrates não escreveu sobre suas ideias e experiências filosóficas, mas teve discípulos importantes que continuaram sua obra, como Xenofonte e Platão. Este último escreveu toda sua obra filosófica em forma de diálogos, assim como o método de seu mestre, e a maior parte do que conhecemos sobre o pensamento de Sócrates chegou aos nossos dias através das obras de Platão.
       Por causa de seu método e pela forma como o utilizava, questionando tanto mendigos como poderosos proprietários, Sócrates foi condenado à morte pelas autoridades políticas de Atenas. Mesmo conseguindo mostrar o absurdo das acusações que lhe foram feitas, de que ofendia os deuses e corrompia a juventude, Sócrates não fugiu de sua pena de morte, por achar que a lei era soberana e que não podia negar tudo o que tinha defendido ao longo de sua vida. Rodeado por seus discípulos, Sócrates morreu ingerindo um cálice de cicuta.

Entendimento do texto

1.      Quem eram os sofistas?

2.      Indique e explique o principal objetivo dos sofistas.

3.      Explique a base do relativismo sofista.

4.      Explique as seguintes frases referentes ao pensamento socrático:

a)      “Conhece-te a ti mesmo”.

b)      “Só sei que nada sei”.

5.      Explique o episódio do oráculo de Delfos.

6.      Explique as críticas de Sócrates aos sofistas.

7.      Explique o método socrático.

8.       Explique os motivos que levaram à condenação de Sócrates.

Surgimento da Filosofia Ocidental

Surgimento da Filosofia Ocidental

·         O nascimento da Filosofia

          Apesar de podermos utilizar a palavra filosofia de um modo amplo, a filosofia propriamente dita nasceu na Grécia Antiga, no século VI a.C. A origem da palavra vem do grego philosophia, cujo significado é “amigo do saber” (philo = amigo e sophia = saber).
          Como já vimos, a filosofia tem o uso da razão como instrumento para obter o conhecimento (razão, em grego, é logos). A característica principal do uso da razão pelos filósofos é o fato de que ela é capaz de esclarecer de maneira sistematizada as questões a serem solucionadas. Mas por que a filosofia surgiu na Grécia? Uma resposta possível é a de que os gregos tinham uma relação muito “pessoal” com seus deuses, enquanto esses deuses eram a reprodução da figura humana, ou seja, continham as virtudes e os defeitos dos homens. Perceba que sua própria mitologia aproximava os gregos de uma maior preocupação com a figura humana. Essa centralização no humano fez com que, lentamente, a mitologia fosse dando lugar a um pensamento mais focado no logos, isto é, na razão.
         Em outras palavras: alguns gregos, por volta do século VI a.C., sentiram a necessidade de encontrar algo mais concreto para explicar o mundo que os cercava, pois já não lhes satisfazia as explicações fantasiosas dos mitos. Era o ser humano preocupado em conhecer; começava assim uma longa jornada de desenvolvimento da razão, que se estende até os nossos dias.
         Além dessa necessidade de buscar explicações racionais, condições históricas, políticas, econômicas e sociais possibilitaram o surgimento da Filosofia.

Vejamos algumas delas:

a)      Invenção do calendário: O calendário apresentou uma nova forma de calcular o tempo e as horas, a possibilidade de contar os dias, os meses, e, desse modo, prever as épocas de chuva, de inverno, de seca e de calor.

b)       Viagens marítimas: Os gregos, ao longo de sua história, caracterizaram-se como uma civilização voltada para as  navegações e para os negócios. Como grandes comerciantes e conquistadores, os gregos estiveram em contato com os mais variados povos e culturas. Isso proporcionou a busca por informações capazes de explicar a origem do mundo e os diferentes tipos de cultura, costumes e civilizações que nele existem. Por isso, embora costume-se afirmar que a Filosofia nasceu na Grécia, é importante ressaltar a contribuição cultural dos povos conquistados pelos gregos.

c)      Surgimento da vida urbana: A atividade comercial e as navegações contribuíram para o surgimento de cidades e para o crescimento dos centros urbanos já existentes. O comércio permitiu a circulação de moedas, de mercadorias, de pessoas e de ideias. As moedas trouxeram consigo o valor de troca dos objetos, ou seja, cada objeto, dependendo da utilidade, da quantidade e do material com que foi produzido, possui uma importância que corresponde ao seu valor de troca. Em consequência disso, o cálculo foi aperfeiçoado.

d)     Aperfeiçoamento da escrita alfabética: Todas as informações e descobertas passaram a ser registradas por escrito e esses  registros, posteriormente, comparados a outros estudos. O conhecimento passou a ser armazenado, aperfeiçoado e renovado.

e)      Invenção da política: Uma das características da política é conduzir o indivíduo para o debate, contribuindo para as decisões que afetarão todo o grupo. Um político deve planejar seu discurso sob uma linha objetiva e racional de pensamento. Além disso, suas ideias têm de ser expressas de maneira clara, para que todos o entendam e se convençam de que suas propostas são as melhores para o grupo. Assim como a política, a filosofia exige a organização do pensamento e a objetividade das palavras. Na Grécia antiga, filosofia e política eram inseparáveis.

·         Os primeiros filósofos gregos

         Os primeiros filósofos começaram a se destacar na Grécia no século VI a.C. (600-501 a.C.). Sua preocupação essencial era explicar a origem e o funcionamento do mundo exterior, por isso são conhecidos como “filósofos da natureza”, pois suas inquietações iam mais na direção da compreensão e da explicação dos fenômenos da natureza do que da essência humana. O primeiro filósofo grego que se concentrou na análise do ser humano foi Sócrates, já no século V a.C. Em função disso, todos os filósofos gregos anteriores a ele são incluídos no grupo dos pré-socráticos, não apenas por estarem situados cronologicamente antes de Sócrates, mas por terem uma preocupação em comum: a natureza (e não o homem).
          Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo pré-socrático e, portanto, o primeiro filósofo grego. Ele pertenceu ao grupo dos filósofos jônicos, assim como Anaximandro, Anaxímenes, Anaxágoras, Empédocles e Heráclito. Outro pré-socrático de destaque foi Pitágoras, pertencente à escola itálica. Mas ainda devemos destacar os representantes da escola eleática, como Xenófanes, Parmênides e Zenão, além dos integrantes da escola atomista, Leucipo e Demócrito.
Explicar a origem do mundo de forma racional é a função da cosmologia (“estudo do mundo”), que substituiu a cosmogonia (explicação do mundo por meio dos mitos). Para os filósofos pré-socráticos, a grande questão era saber como por meio do caos (desordem) foi possível a criação do cosmos (mundo). Esses pensadores acreditavam que o princípio (em grego, arché) de todas as coisas seria a razão explicativa para a ocorrência dessa transformação. A água, o ar, o átomo ou a combinação de água, terra, fogo e ar foram algumas das respostas dadas por esses filósofos. Esses elementos seriam a manifestação física da arché, ou seja, a physis (forma). Essa teoria se contrapunha às explicações mitológicas, que se baseavam na ideia da criação do mundo a partir do nada. Porém, é importante ressaltar que a passagem do pensamento mítico para o racional-lógico se deu de maneira lenta, pois é possível encontrar resquícios de mitologia nos filósofos pré-socráticos.

·         Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eleia

         Para alguns filósofos pré-socráticos, uma questão ainda persistia: como um princípio físico podia dar origem a diversas coisas? A explicação para essa pergunta está na kinesis, isto é, no “movimento” ou “transformação”. É o que chamamos de devir. E os filósofos que se destacaram para ilustrar essa explicação foram Heráclito, da cidade de Éfeso, na Jônia, e Parmênides, natural de
Eleia, hoje território italiano.
        Heráclito (540 a 470 a.C., aproximadamente) buscava entender a multiplicidade das formas reais e, para isso, entendia que o movimento é algo constante, impulsionado pela luta de forças contrárias (por exemplo, o bem e o mal, o quente e o frio, a ordem e a desordem); tudo se transforma, mesmo que não seja observável pelos nossos sentidos, que seriam limitados para verificar o movimento que possibilita a existência. Como afirmou: “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois esse rio muda pelo movimento de suas águas e o homem também se transforma pelas mudanças, não só orgânicas como psicológicas. Resumindo:
“tudo flui”.
        Parmênides (530 a 460 a.C., aproximadamente), crítico de Heráclito, afirmava que seria impossível acreditar que o
movimento fosse uma constante, pois uma coisa ou um ser não podem “ser” e “não-ser” ao mesmo tempo. Para questionar o exemplo do rio, Parmênides concluiu que o movimento não pode ser desprezado e tampouco superestimado, pois o movimento só existe para o mundo sensível, ou para os nossos sentidos, enquanto para o mundo inteligível, ou seja, para o mundo das ideias (a razão), o movimento é ilusório, pois todo ser tem sua identidade que não pode ser contrafeita. Resumindo: “as coisas que existem fora de mim são idênticas ao meu pensamento, e o que eu não conseguir pensar não pode ser realidade”.
          Heráclito e Parmênides inauguraram uma discussão que passou a ser um dos grandes desafios para os filósofos gregos que viveram depois deles, em especial, Platão e Aristóteles. O conhecimento verdadeiro passa pelos sentidos para chegar à razão ou só pode ser formulado diretamente pela razão? O que vemos, tocamos e sentimos, de uma maneira geral, são apenas ilusões? Se a razão por si só é a fonte de toda sabedoria, isso quer dizer que já nascemos sabendo, ou seja, que o conhecimento é inato? As respostas possíveis a essas questões orientarão praticamente toda a história do pensamento filosófico, chegando, inclusive, até nossos dias.

Atividade

1.      Indique o significado etimológico do termo filosofia.

2.       Explique a importância e influência da mitologia para o surgimento da filosofia.

3.       Indique e explique os fatores que levaram ao surgimento da filosofia.

4.      Indique e explique a preocupação essencial dos filósofos pré-socráticos.

5.      Explique as principais ideias de Heráclito.

6.      Explique as principais ideias de Parmênides.

7.       Diferencie o pensamento de Heráclito e Parmênides a partir de um exemplo.